| Título: | Novas tecnologias na justiça do trabalho: impacto do processo judicial eletrônico na saúde e cotidiano de trabalho dos servidores |
| Autor: | Fonseca, Fernanda Freire |
| Resumo: | O trabalho sempre foi apreendido na mudança, pois é consubstancial à sua natureza que ele se modifique sempre. As transformações dos sistemas de produção são acompanhadas de mudanças importantes nos modos de viver, trabalhar e adoecer. Um exemplo dessas mudanças é a implantação do Processo Judicial Eletrônico (PJe) no contexto do judiciário brasileiro, que informatiza todo o processo de trabalho nas varas. Esta pesquisa foi realizada com o objetivo de compreender as representações de servidores da justiça sobre o seu contexto de trabalho e sobre as repercussões da implementação do PJe em sua saúde e cotidiano. Buscou-se também identificar a concepção de saúde dos servidores e compreender, na perspectiva desses atores, a relação entre trabalho e saúde, a fim de propor orientações para definição de políticas de saúde do trabalhador. O referencial teórico utilizado foi o da Ergologia, uma abordagem compreensiva do trabalho, que lança um olhar clínico sobre a atividade. O conceito central de atividade apresenta-se como um élan de vida e de saúde, sem limite pré-definido. Toda atividade é gestão, o que significa considerá-la como elemento crucial do uso e manuseio de tecnologias. Desenvolveu-se uma pesquisa de campo com abordagem qualitativa, na qual foram realizadas quatorze entrevistas semi-estruturadas com servidores de um Tribunal Regional do Trabalho, atendendo aos critérios de saturação e singularidade do discurso. As entrevistas foram analisadas através da técnica de análise de conteúdo construtiva interpretativa. Discutiu-se o processo e o sentido do trabalho para os servidores, o papel do coletivo, a saúde no trabalho, a implementação do PJe, qualificações e competências e, por fim, as devolutivas aos trabalhadores. Os resultados evidenciaram que os entrevistados conferem grande importância ao trabalho, reconhecendo-o como fonte de sustento e sentido. Sentido esse que parece mediar a avaliação de demandas e custo. A inclusão de novas tecnologias no trabalho possui intenções de transformação e criam-se entidades coletivas para operá-las. Os discursos evidenciam uma relação de heterodeterminação do meio sobre o corpo humano, comprovando a existência de um “corpo-si”, onde se situam as arbitragens presentes na atividade. Os servidores resumem bem as condições sociais da mudança, do ponto de vista financeiro, de carga de trabalho e de exigência de qualificação. Eles demandam serem atores dessa mudança. Concluiu-se que há uma relação entre resistência à mudança e a questão da subjetividade. Por não se poder estabelecer um vínculo entre a nova técnica e o patrimônio de conhecimentos, de saber-fazer, de valores anteriormente adquiridos, a apropriação torna-se impossível. Fica claro que a introdução de técnicas deve ser pensada a partir das experiências anteriores das situações de trabalho, juntamente com as pessoas que trabalham. |
| Referência: | FONSECA, Fernanda Freire. Novas tecnologias na justiça do trabalho: impacto do processo judicial eletrônico na saúde e cotidiano de trabalho dos servidores. 2015. 106 f. Dissertação (Mestrado em Saúde Coletiva) - Centro de Pesquisas René Rachou, Belo Horizonte, 2015. |
| Idioma: | por |
| Paginação: | 106 f. |
| Assunto: | Justiça do trabalho, Brasil |
| Servidor público, Brasil | |
| Poder judiciário, Brasil | |
| Satisfação no trabalho, Brasil | |
| Condições de trabalho, Brasil | |
| Qualificação profissional, Brasil | |
| Processo eletrônico, Brasil | |
| Saúde ocupacional, tecnologia, Brasil | |
| Processo trabalhista, Brasil | |
| Categoria: | Tese/Dissertação |
| URI: | http://as1.trt3.jus.br/bd-trt3/handle/11103/17268 |
| Data de publicação: | 2015-12-15 |